DEIXEMOS TUDO NAS MÃOS DO EXECUTIVO

O estado actual das infra-estruturas sociais do município de Cacuaco, com destaque para os pontecos nos bairros periféricos, valas de drenagem e das estradas preocupa o novo Administrador Municipal Adjunto para a Área Técnica, Infra-estruturas e Serviços Comunitários de Cacuaco, Evandro Massaki Matias Paim, que em declarações ao jornal Folha 8 prometeu pressionar o Governo Provincial de Luanda para que haja trabalhos de intervenção na recuperação e reconstrução dessas infra-estruturas com impacto directo na mobilidade da população e resolução dos problemas comunitários.

Por Geraldo José Letras

Nos bairros periféricos do município de Cacuaco existem mais de 10 pontecos, já cadastrados, em estado avançado de degradação e que há mais de cinco anos não recebem a intervenção da Área Técnica, Infra-estruturas e Serviços Comunitários da Administração Municipal.

A situação tem criado dificuldades de mobilidade aos moradores locais que vêm clamando sem resposta pela intervenção urgente das autoridades do município.

Desde a destruição da ponte do bairro Kikolo da Conduta por acção da água da chuva, a única via que permitia a circulação de pessoas e veículos pesados e ligeiros, os moradores vivem improvisando pontecos com troncos e alguns ferros a atravessar as duas extremidades da vala da zona para a movimentação de pessoas.

“É assim que nós vivemos aqui há mais de cinco anos. O caminho é esse”, lamentou-se Bartolomeu, um dos moradores da zona, que além das dificuldades de mobilidade, clamam pelo fornecimento de água potável e reforço da segurança pública.

“No bairro dependemos unicamente da água das mangueiras vendida por garimpeiros. Uma água que também desconhecemos a sua origem”, disse a munícipe, Rosa Ngueve.

Em declarações ao Folha 8, Evandro Massaki Matias Paim, garantiu dominar a realidade social das comunidades locais, por si considerada preocupante. Porém, defendeu-se da pressão dos munícipes dizendo que, “a questão da construção de pontecos é um trabalho de um nível muito elevado, já acima das nossas competências e das nossas capacidades”.

“Quanto à questão da ponte em referência Tio Abel, essa ponte e vários outros pontecos também existentes no município de Cacuaco já foram inscritos, os planos já foram apresentados para consideração das instâncias superiores. O que falta nesta altura é mesmo a implementação. Mas ao nosso nível estamos a dar tratamento normal dos constrangimentos”, disse o governante.

O estado das valas de drenagem no município mais ao norte da província de Luanda mereceu igualmente a atenção de Evandro Massaki Matias Paim apelou aos munícipes a pararem de transformar as valas de drenagem em pontos de depósitos de resíduos sólidos por estar a impedir a passagem normal das águas residuais.

“Nós, Administração Municipal de Cacuaco, estamos a fazer várias intervenções na rua das condutas. Começava por falar na remoção dos resíduos sólidos, desassoreamento, reperfilamento das valas de drenagem, uma vez que na mesma via temos valas no lado esquerdo e no lado direito estamos a fazer esse trabalho, mas tudo em relação ao que está ao nosso nível”.

“Outro ponto com que estamos preocupados é a população que vai deitando resíduos sólidos nas valas, isso faz com que a água depois encontre obstrução e vão atingindo nível onde já há residências. Mas no entanto nós estamos sempre a fazer trabalhos de limpeza das valas. Não é um trabalho fácil, porque recebemos afluentes dos Mulenvos, Cazenga e outros municípios que estão próximos, mas temos feito o nosso trabalho para que as populações não passem por esse tipo de constrangimento”, acrescentou.

O governante apelou igualmente os munícipes a evitar a construção de residências e outras infra-estruturas junto às ravinas. “Um dos males que temos aqui em Cacuaco é estarmos na cota mais baixa. Por isso, muitos afluentes, muitos rios naturais de água e também o tipo de solo que protege essas zonas, não são solos apropriados para receber cargas, no entanto mais residências próximos a esses solos que são de argila expansiva, propicia o surgimento de ravinas e também a questão de quedas em termos de solos e desestabilidade das paredes de contenção de solos, principalmente nos rios mais a pressão da população e o movimentos de veículos pesados ou não nos pontecos que já existiam há algum tempo gera algum desequilíbrio em termos dos solos”.

A inundação frequente do tapete asfáltico da estrada à entrada da Vila de Cacuaco por águas residuais provenientes das sarjetas e bairros adjacentes tem dificultado a circulação dos automobilistas. Questionado pela nossa reportagem, o Administrador Municipal Adjunto para a Área Técnica, Infra-estruturas e Serviços Comunitários de Cacuaco, Evandro Massaki Matias Paim, garantiu que a origem das águas residuais que inundam frequentemente a via já está identificada e resolvida.

Artigos Relacionados

Leave a Comment